Sim, melhora, e muito! Principalmente o exercício aeróbico. Os efeitos são tanto imediatos quanto de longo prazo, incluindo o humor e o grau de atenção (foco), melhorando também a depressão e o risco de demência.

Assim, o exercício:

  1. Tem efeitos imediatos, pelo aumento dos neurotransmissores: dopamina, serotonina e noradrenalina. Após um único treino, o grau de atenção e o tempo de reação (reflexos) e o humor melhoram por pelo menos 2 horas. Treinos repetidos e rotineiros aumentam esses neurotransmissores de forma mais duradoura.
  2. Tem efeitos de longo prazo. Como? Melhorando a fisiologia, a função e até certo ponto até mesmo a anatomia do cérebro. Sim, pode aumentar o número de células no hipocampo e seu tamanho total, melhorando a memória de longo prazo.
  3. Melhora do humor e da memória, mais energia e atenção.

As áreas do cérebro mais beneficiadas pelo exercício físico são duas: a córtex pré-frontal (logo atrás da testa), essencial para a tomada de decisões, o nível de atenção e a personalidade. E os lobos temporais (um de cada lado) e anexo a estes, mais profundamente e de cada lado,  o hipocampo onde ocorrem a formação e retenção de fatos e acontecimentos. Aqui, ocorrências  que duram apenas segundos ou minutos, mas que são significativas (ex.: o primeiro beijo, o momento do nascimento de um filho) são guardadas para a vida inteira.

Se considerarmos que a córtex pré frontal e o hipocampo tem sua função favorecida com o exercício regular, e também que essas duas áreas são as mais susceptíveis às doenças neurodegenerativas  e ao declínio cognitivo do envelhecimento, podemos conjecturar que com o exercício teremos uma córtex pré frontal e um hipocampo mais protegidos ou “fortalecidos” e aí podendo-se supor que as citadas doenças ocorram de forma mais branda ou mais tardiamente.

Até mesmo após um acidente vascular cerebral, seja isquêmico ou hemorrágico, ficou demonstrado que o exercício melhora a cognição (que é a capacidade de memória, atenção e execução de funções) de um nível de acometimento leve a moderado para um nível quase normal, após seis meses de treinamento. Ou seja, a fisioterapia pós AVC, tradicionalmente feita para melhorar déficits motores, também pode ser feita com a expectativa de melhora cognitiva.

Qual o melhor tipo de exercício para ter efeito na proteção cerebral? São principalmente os aeróbicos, como caminhadas que levem a algum grau de cansaço, de 3 a 4 x por semana por meia hora. Isolados ou associados a exercícios resistivos como musculação. Já é um bom começo.

Então: vamos  fortalecer e proteger nosso cérebro?