Fatores de Risco

Fatores de Risco

Introdução

Antigamente, pensava-se que a saúde, inclusive a saúde do coração, era simplesmente um dom. Ou se tinha ou não se tinha saúde, independente da vida que se levava. Depois, os cientistas suspeitaram que a coisa não era bem assim. Apesar do componente genético, este sim o chamado “dom”, grande parte da saúde seria proveniente dos hábitos e estilos de vida das pessoas.

Foi então, que a partir da década de 40, alguns milhares de indivíduos saudáveis de uma pequena cidade dos EUA, chamada Framingham, foram escolhidos aleatoriamente e acompanhados durante dezenas de anos, com o objetivo de se verificar quais teriam problemas cardíacos, e porque teriam.

Como eram todos previamente sadios, e alguns com o tempo tiveram problemas graves (como angina, infarto, morte súbita e acidente vascular cerebral), enquanto outros não os tiveram, procurou-se identificar o que as pessoas acometidas tinham de diferente, que as tornava predispostas a problemas tão sérios. Foram então encontradas diferenças nos níveis de colesterol e de pressão arterial, e presença ou não de tabagismo, entre outros fatores. Estes levavam estas pessoas a ter acúmulo de gorduras e obstrução nas artérias, a chamada aterosclerose.

O estudo de Framingham cunhou a expressão “fatores de risco”, para estas situações que tornavam certos indivíduos mais predispostos que outros a eventos cardiovasculares. É o mais importante estudo epidemiológico sobre doenças cardíacas até hoje realizado, e ainda está em andamento, sendo que estão sendo acompanhados agora, também os filhos e netos daqueles que ingressaram no estudo no início dos anos 40 ( o primeiro paciente ingressou no estudo em 11/10/1948)

Os fatores de risco foram depois confirmados em vários outros grupos populacionais estudados, e identificados principalmente através de análises estatísticas. São hoje reconhecidos como os 7 principais fatores de risco modificáveis para as doenças cardiovasculares:

  1. Colesterol total alto no sangue (e/ou HDL – colesterol baixo), e algumas situações de triglicérides altos.

  2. Tabagismo

  3. Hipertensão arterial (pressão alta)

  4. Diabete

  5. Sedentarismo

  6. Excesso de peso e obesidade

  7. Stress

Estes “7 vilões”, são aqueles passíveis de eliminação, ou pelo menos de controle adequado.

Existem 5 conceitos básicos sobre os fatores de risco:

  1. Os riscos atribuíveis a cada um dos fatores se potenciam quando estes ocorrem simultaneamente. Exemplo: Se um indivíduo tem colesterol de 240 e pressão alta, seu risco de vir a ter problemas cardíacos é de 4 a 6 vezes maior que o basal. Se além dos 2 fatores citados, ele ainda for fumante, seu risco poderá ser até 15 vezes maior que o basal. Neste processo de potenciação, o todo acaba sendo mais perigoso que a simples soma das partes.

  2. Quanto mais tempo um fator de risco agir, maior a chance de trazer problemas Exemplo: Fumar 2 anos ou 20 anos.

  3. Os fatores de risco ocorrem frequentemente em associação. Exemplo: Obesos têm maior possibilidade de ter também diabete, pressão alta, colesterol e triglicérides elevados e de ser sedentários. Então, sempre que for identificado um fator de risco num paciente, os outros fatores devem ser obrigatoriamente procurados.

  4. As modificações nos fatores de risco envolvem um engajamento “para a vida toda”. O controle de um determinado fator (ex.: baixar o colesterol elevado) apenas por alguns meses, pouco adiantará.

  5. Os fatores de risco modificáveis agem sobre uma base genética, não modificável e diferente de pessoa para pessoa, tornando difíceis as comparações. Evite comparar-se com os outros. Compare-se com você mesmo, antes e depois de mudar para uma vida mais saudável.

Existem ainda três outras situações de risco, estas atualmente não passíveis de eliminação ou controle (fatores não modificáveis):

  1. História familiar de eventos cardíacos sérios (ex.: infarto, morte súbita), ocorridos antes dos 55 anos de idade nos parentes masculinos de 1º grau, ou antes dos 65 anos de idade nos parentes femininos de 1º grau. Eventos em parentes de 2º e 3º grau teriam influência menor, mas não desprezível. Entende-se como parentes em 1º grau o pai, a mãe e os irmãos. Em 2º grau, os avós e tios e em 3º grau os primos e bisavós.

  2. Sexo masculino. Os homens têm maior risco que as mulheres. No entanto, esta “vantagem” das mulheres tende a desaparecer em três situações: na pós-menopausa (tendem com o tempo a igualar os homens); na premenopausa, se a mulher é fumante, especialmente quando associado ao uso de pílula anticoncepcional; e nas diabéticas.

  3. A idade. Há maior risco nos homens de 45 anos ou mais, e mulheres de 55 anos ou mais. É considerada como um fator de risco em separado. Mas como ela se aplica linearmente a todas as pessoas, não será aqui discutida.

Baseados nestas observações, podemos concluir que é possível, através de modificações no estilo e hábitos de vida, e de certas características encontradas, eliminar ou minimizar muitas das situações que podem levar uma pessoa previamente saudável a ter problemas cardiovasculares sérios em idade precoce.

Aquele que procurava o médico para se tratar e/ou se aconselhar era tradicionalmente chamado de paciente (do latim “patiens”, o que sofre), pois estava doente. Com o advento das medicinas preventiva e desportiva, e da medicina da era espacial, passou-se a estudar melhor o ser humano sadio.

Cada vez mais pessoas sem doença aparente passaram a procurar os médicos, com finalidades de prevenção e orientação quanto a uma vida mais saudável.

Mas o nome “paciente” permaneceu, e será aqui usado de modo genérico, tanto para as pessoas aparentemente sadias, que pretendem prevenir problemas de saúde, quanto para aquelas já acometidas, e que pretendem se tratar e evitar novos problemas.

Principais Fatores de Risco

Colesterol e Triglicérides

1° Fator de Risco: Colesterol e Triglicérides: As Gorduras do Sangue

Tabagismo

2° Fator de Risco: Tabagismo

Hipertensão

3° Fator de Risco: Hipertensão Arterial. Pressão Alta

Diabete

4° Fator de Risco: Diabete

Sedentarismo

5° Fator de Risco: Sedentarismo

Obesidade

6° Fator de Risco: Excesso de Peso. Obesidade

Stress

7° Fator de Risco: Stress