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Um importante estudo publicado recentemente indicou que a solidão está associada a um maior risco de demência em idosos. Num prazo de 10 anos de observação (média de idade de 73 anos) o risco de desenvolver demência, ou declínio cognitivo (cognição é a capacidade de memória e aprendizado) foi 50% maior naquelas pessoas que relatavam sofrer de solidão. Como é um sentimento muito pessoal, para que o estudo fosse válido coube às próprias pessoas participantes se auto-definirem  como solitários, tendo como critério mínimo que  essa sensação teria que ser desconfortável e teria que ocorrer pelo menos 3 dias por semana.

Além disso, pode afetar também a saúde geral, como mostrou um outro estudo desta vez envolvendo 60 000  mulheres idosas entre 65 e 99 anos, e que mostrou que aquelas que sofriam com solidão e isolamento social tinham risco 27% maior de desenvolver doença cardiovascular severa. 

Um posicionamento recente da Associação Americana de Cardiologia confirma o maior risco de infartos e derrames, e alerta que atividades de grupo, mesmo ginásticas e fisioterapias, podem ajudar os solitários além do exercício em si, por permitir uma maior socialização. Da mesma forma filiação a uma religião organizada e trabalhos voluntários na comunidade. O risco de isolamento social, que é um estressor, aumenta naturalmente com o envelhecimento, devido a fatores como saída de casa dos filhos, morte do cônjuge e aposentadoria.

Por outro lado, é preciso enfatizar que existem aqueles “ lobos solitários” que preferem estar sós. Mas estes obviamente apesar de solitários não se sentem desconfortáveis com a situação, ou seja não  sofrem com o sentimento  de solidão, já que terá sido uma opção pessoal. Em princípio não se sentiriam infelizes.

Solidão poderia ser definida como um sentimento negativo,  psiquicamente desconfortável, que surge da discrepância entre o desejo genuíno que se tem de estender os  contatos sociais e a realidade. Pessoas idosas e de saúde frágil, com dificuldade de sair de casa são especialmente vulneráveis, em especial na era do Covid-19. Daí acaba se formando um ciclo vicioso, pois depressão pode gerar mais doença e mais depressão. Ou seja, a solidão pode gerar depressão, e o contrário também se verifica.

Nem sempre é preciso interagir com outra pessoa todos os dias e em todos os momentos. Às vezes um contato eventual, nem sempre diário, mas uma interação com qualidade e real interesse é suficiente

Aqui temos que citar Antoine  de Saint-Exupéry, nas palavras do seu personagem O Pequeno Príncipe: “Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa só. Leva um pouco de nós mesmos, e deixa um pouco de si mesmo.” 

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